26.2.10

Orgulho-me do Medo

Orgulho-me do medo
Às vezes de manhã
o cacimbo aumentava a raiva
e o dedo pelo mapa
deixava um risco invisível
a caminho da morte
Os olhos inocentes dos soldados
a perguntarem à medida
que a inteligência acordava
Porque lutamos
se ninguém o merece

Hoje somos manchas
numa foto encardida
pelo ranço do tempo
mas ainda se vê o medo
no olhar inteligente dos soldados


(c) Manuel Guinato

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